Sou leitor diário de jornais, num processo mecânico e rápido de leitura, enquanto mastigo o croissant folhado acompanhado da “meia de leite”, antecedendo o inicio de mais um dia de trabalho no escritório.
Em todos eles (desportivos e de informação geral) tenho vindo a notar a publicidade sistemática e persistente de apoio à lista A. Tudo bem, tudo normal, já que estamos em plena campanha e nada há a objectar; as outras listas também vão fazendo pela vida, numa espécie de campeonato dos últimos, tal a disparidade de meios financeiros.
Contudo, hoje, na minha leitura semanal do Expresso, deparei ao virar a página, com algum susto diria – tal a violência do impacto – com mais um anúncio desta vez a meia página!1 , onde surge a figura tutelar, omnipresente, quiçá omnisciente do putativo (e eterno?) candidato a Presidente da OTOC.
Não me move qualquer preconceito relativamente ao meu ilustre colega e Presidente.
No entanto, e a propósito de eleições e de acesso aos mesmos meios,com a finalidade essencial de garantir a todos, sem excepção, um tratamento igualitário , numa lógica de democracia tão do agrado do colega candidato, sugiro que em futuros actos eleitorais se proporcione a todas as listas o direito de chegar aos TOC em circunstâncias iguais.
E depois, cada um de per si, apenas com a força dos argumentos, sem golpes baixos, jogos de bastidores ou calúnias, tentaria convencer os seus pares da bondade do seu programa, e captar o maior número de votos para a sua lista.
As sucessivas eleições sempre estiveram inquinadas de processos mais ou menos prepotentes, onde em nome duma pretensa legalidade e de respeito serôdio pelos Estatutos, se impediu aos candidatos concorrentes o acesso aos mesmos meios e consequentemente, a uma igual capacidade de disputar as eleições. E assim, o poder eterniza-se, enquista-se; é assim nas pequenas agremiações de bairro, nas instituições, nas sociedades, nos Países.
E é fácil, muito fácil mesmo, criar-se a teoria dos homens providenciais cuja divisa é: Ou nós ou o caos.
A história contemporânea, quiçá a história recente deste pequeno rectângulo, também enfermou dos mesmos males, porque não era permitido ouvir a voz dos outros.
Finalizando tal como comecei, e sem intuitos premonitórios face ao resultado das próximas eleições daqui a duas semanas, a disparidade de meios é absurda.
Parafraseando uma conhecida figura do nosso burgo, do meio desportivo: Parece que há petróleo na Barbosa Du Bocage.
1Será apenas coincidência que a cor de fundo do anúncio seja a mesma do livrinho recentemente enviado aos TOC “POC versus SNC explicado” editado pela OTOC?»
Retirado do site de campanha da Lista B
1 comentário:
O livrinho como lhe chama, (POC versus SNC) com algumas gralhas inadmissiveis, não concorda?
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