sexta-feira, 9 de abril de 2010

Enquanto se espera pelos resultados do exame...

SNC - O factor de sustentabilidade

«Muito se tem falado do Sistema de Normalização Contabilística (SNC), o novo método da organização das empresas portuguesas, através do qual se determina a sua saúde económica, bem como a sua expressão patrimonial, traduzida em unidades monetárias.
A discussão tem sido apaixonante, posicionando-se de um lado os que defendem o novo modelo e do outro os que entendem que o sistema anterior (POC) satisfazia melhor a tradição, já longa, da organização empresarial, sustentada no sistema de regulação. Finalmente, há ainda alguns, atónitos, que não entenderam o que está em cima da mesa. No respeito e consideração que é devido aos argumentos a favor, contra e até de indiferença, creio que do que se está verdadeiramente a falar é de um sistema que introduz novos conceitos de valorimetria nas empresas portuguesas, exigindo de empresários e profissionais da contabilidade a adopção de um novo paradigma e, acima de tudo, uma nova atitude. O conhecimento profundo do funcionamento e organização das empresas, para além da introdução de elementos que facilitam a competitividade, são factores que, não raras vezes, andavam e andam arredados das preocupações dos profissionais e dos próprios empresários. O exercício de uma actividade empresarial desde há muito que é perspectivado unicamente no seio da esfera dos empresários, explicando, deste modo, a ineficiência de um quadro normativo que, minimamente enquadre e regule, a actividade empresarial. Esta concepção de interesse próprio e circunscrito ao «universo» do empresário, não é, de forma alguma, coerente com a importância que as empresas hoje representam, não só na dinâmica da economia, mas fundamentalmente no papel estratégico que estas desempenham na estabilidade social. Não sou dos que defendem que o Estado deve intervir nas empresas, limitando a capacidade criativa e realizadora dos seus proprietários e gestores, mas antes que regulamente e sensibilize para a importância e necessidade de termos uma gestão cuidada no sentido de conduzir à sustentabilidade económica das empresas, contribuindo, por essa via, para o desenvolvimento económico do País. Com o SNC abre-se um conjunto enorme de oportunidades para reequacionar alguns comportamentos, bem como no “modus operandi” das empresas portuguesas. Assume especial destaque as PME, sector em que creio será insensato desperdiçar dividendos positivos. Desde logo na implementação de hábitos de gestão devidamente suportados no histórico contabilístico, sem prejuízo do risco controlado que as tomadas de decisão sempre comportam. Depois, a introdução de um sistema de informação económica das empresas mais transparente e fiável permitirá o aliciamento necessário para se equacionar as fontes de financiamento tradicionais na nossa sociedade, abrindo-se, com especial relevo para as pequenas e médias empresas bem organizadas a possibilidade de se custearem através de um sistema bolsista que deve começar a ser pensado e estruturado no sentido de se constituir como meio alternativo ao financiamento das empresas. Seria uma forma de ultrapassar as sérias limitações que o actual sistema impõe. Evidentemente que o conjunto de oportunidades enumerado constituem sinais de esperança. Haja sensibilidade, conhecimento e, já agora, arrojo para desenvolver as potencialidades que se nos deparam. A Ordem tem apelado aos Técnicos Oficiais de Contas e à sociedade em geral para o vasto leque de oportunidades que abarca o SNC. O seu papel é precisamente o de agitar consciências, desbravar novos rumos e divisar oportunidades onde alguns só conseguem vislumbrar ameaças. O novo modelo contabilístico é uma enorme esperança que não pode ser desperdiçado.»

Domingues Azevedo, 07/04/2010 in Diário Económico

4 comentários:

Anónimo disse...

Concordo que o SNC seja uma oportunidade mais do que uma ameaça.
É claro que existem coisas com que meio mundo anda aflito, mas no final não vão dar em nada.

vejam o caso do Justo Valor, andava todo o mundo aflito com o JV, no entanto aposto que quase ninguém irá aplicar este método de valorimetria. No entanto agora é uma possibilidade, e isso é positivo porque alarga o leque de opções à gestão das grandes empresas (acham mesmo que uma PE iria aplicar o JV? lol).

Para mim a grande vantagem é a harmonização que existe com o resto da Europa e, mais daqui a uns anos, com os EUA.
Outra grande vantagem é que, agora, muitos futuros contabilistas saberão que o SNC não é a "folhinha cor de rosa", mas sim toda uma estrutura conceptual e conhecerão as normas.
Tempos havia em que para muito boa gente o POC era a "folhinha cor de rosa". O que quero dizer é que com a entrada em vigor do SNC e a mudança para uma estrutura conceptual baseada em Normas que a reciclagem é praticamente obrigatória.

Outra grande vantagem, é que a Fiscalidade, parece, ter dado alguns passos para aceitar melhor a Contabilidade, aceitando agora alguns pontos que a contabilidade já vinha defendendo há muitos anos.

Só daqui por alguns anos conheceremos verdadeiramente os efeitos da entrada em vigor do SNC, no entanto, para mim parece ter alguns pontos positivos, embora também os tenha negativos claro.

Cumps

Anónimo disse...

Bom Dia

Sou mais um dos "chumbos"... ja começo a ficar farto daquilo...

Alguem sabe de cursos de preparaçao para o exame na zona de lisboa??

Os que encontro sao todos no norte. :(

Cumprimentos

Anónimo disse...

como é que soubeste da nota?????

Anónimo disse...

A Invent promove cursos de preparação para o exame, nas instalações do ISCAL e ISCAP: www.invent.com.pt
Se tiveres sido aluno, penso que também tens desconto na inscrição.

Já agora liguei para a OTOC e recebi a mesma resposta: não temos data de saida da nota, mas o meu telefonema foi no sentido de me certificar que o prazo de nova inscrição é alargado para quem foi a exame em Março... e confirma-me.

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